Fórum das Gerações

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63 respostas a Fórum das Gerações

  1. Bom dia a partir de Espanha:
    Scratch Gerao so o espanhol, ns implementamos estes sites:
    idias http://www.juventudsinfuturo.net/
    http://democraciarealya.es/
    em nosso frum, muitas pessoas esto animado para unir foras com Portugus e Espanhol, aproveitando o que nos une, e um dia chegar ao seu para voc, como um igual de uma Unio Ibrica, com um futuro para a nossa gerao. Espero que seu animado sobre ele. Um abrao de irmos.

    Buenos dias desde Espaa:
    Somos la Gerao Rasca espaola, hemos puesto en marcha estas webs:
    http://www.juventudsinfuturo.net/
    http://democraciarealya.es/ en nuestro foro de ideas hay mucha gente que se muestra ilusionada con poder unir esfuerzos portugueses y espaoles, aprovechar lo que nos une, y algun da alcanzar de tu a tu, de igual a igual, una Union Iberica, con futuro para nuestra generacion. Esperamos ilusionado vuestra respuesta. Una abrazo hermanos.

  2. Bom dia a partir de Espanha:
    Scratch Gerao so o espanhol, ns implementamos estes sites:
    idias http://www.juventudsinfuturo.net/
    http://democraciarealya.es/
    em nosso frum, muitas pessoas esto animado para unir foras com Portugus e Espanhol, aproveitando o que nos une, e um dia chegar ao seu para voc, como um igual de uma Unio Ibrica, com um futuro para a nossa gerao. Espero que seu animado sobre ele. Um abrao de irmos.

    Buenos dias desde Espaa:
    Somos la Gerao Rasca espaola, hemos puesto en marcha estas webs:
    http://www.juventudsinfuturo.net/
    http://democraciarealya.es/ en nuestro foro de ideas hay mucha gente que se muestra ilusionada con poder unir esfuerzos portugueses y espaoles, aprovechar lo que nos une, y algun da alcanzar de tu a tu, de igual a igual una Union Iberica, con futuro para nuestra generacion. Esperamos ilusionado vuestra respecto. Una abrazo hermanos.

  3. gabriel pina diz:

    Da minha parte é com satisfação que vejo alguém a mexer-se no sentido de tentar alterar o rumo das coisas.
    Eu pertenço á geração enrrascada e desejo muito fazer parte de um movimento que vise acabar com este regime politico, que é fascista, ilegal e criminoso .
    Mas na verdade não tenho pachorra para andar em manifestações que não levam a lado nenhum.
    Na minha opinião; ou vamos á luta para mudar tudo, ou então não vamos a lado nenhum e ficamos em casa a assistir ao afundamento do país e das nossas vidas .

    Abre os olhos, GERAÇÃO Á RASCA; pois em portugal e no mundo só existem duas classes sociais .
    Existe a CLASSE DOMINANTE e a CLASSE DOMINADA .

    A CLASSE DOMINANTE é inferior a 10% da população geral , mas é a classe que tem o poder e que se serve desse poder para nos violar, para nos roubar, para nos escravizar, etc.etc., tudo em proveito e beneficio dessa classe dominante .

    A CLASSE DOMINADA, somos todos nós. Que somos mais de 90% da população geral e mesmo assim, deixamos que a minoria de 10% nos subjugue, nos viole, nos roube, nos escravize, etc. etc. . Por isso mesmo, os grandes responsáveis pela situação do país , pela situação das nossas vidas e pela situação do mundo, somos nós próprios, que não nos damos ao trabalho de nos governar-mos a nós próprios .

    No Brasil, Lula da Silva era um cidadão com a 4ª classe . E segundo diz a ópinião pública, Lula da Silva foi o melhor presidente que o Brasil já teve .

    Seguindo o exemplo de Lula da Silva, pergunta-se ; porque é que os portugueses da classe dominada que até têm mais que a 4ª classe, em vez de andarem em manifestações sem resultados, não se unem, não se constituem em partido politico e não se apresentam a eleições para irem governar o país ???
    Precisamente por ninguém da classe dominada se apresentar, é que os senhores da classe dominante se aproveitam para ocupar os cargos que mais ninguém parece querer .
    E ainda dizem eles que estão a fazer um sacrificio pessoal e que nos estão a prestar um favor a nós .
    Afinal, quem em cima dos joelhos consegue juntar 300 mil pessoas debaixo da chuva e do frio, não consegue juntar 5 mil assinaturas e algumas pessoas para formar um partido politico ???

    Afinal, nós estamos é a demonstrar que somos todos burros, estupidos e parvos. Que não temos inteligência nem capacidade para nos governar-mos .

    Será que qualquer um de nós fazia pior que aquilo que têm feito estes pesseudo governantes do pós 25 de Abril ???
    Será que é possivel fazer pior que aquilo que eles têm feito ???

    Num país onde durante dezenas de anos entravam milhões e milhões de euros diáriamente vindos da União Europeia . Sendo que para arranjar mais dinheiro os pesseudo governantes durante estes anos ainda venderam ( privatizaram ) as melhores empresas que o estado tinha . E ainda não chegando esse dinheiro, esses pesseudo governantes passaram todos estes anos a pedir dinheiro emprestado ao estrangeiro, ao ponto de chegarmos á situação em que estamos com uma divida equivalente ao P.I.B anual .

    Apesar dos milhões e milhões vindos da União Europeia; mais os milhões vindos dos empréstimos ao estrangeiro e mais os milhões fruto da venda (privatização ) das empresas e outro património do estado
    O resultado actual é ; o estado central falido e á beira da bancrrota. As empresas públicas, todas falidas e enterradas em dividas até ao pescoço . As Camaras Municipais igualmente falidas e afundadas em dividas até ao pescoço . Os tribunais sem dinheiro para a tinta das impressoras . As policias sem dinheiro para nada . Os militares sem dinheiro para salários, os hospitais enterrados em dividas, etc.etc.etc. …

    Mas á moda das ditaduras do chamado 3º mundo; os politicos estão todos ricos . Os titulares dos altos cargos do estado estão todos com um nivel de vida acima da média Europeia e mundial . Os gestores das falidas empresas públicas estão mais ricos que os próprios politicos . Pois num portugal falido e na bancarrota, um qualquer mau gestor de uma empresa pública falida, ganha mais que o presidente dos Estados Unidos da América, que é a maior potência mundial . Etc.etc.etc. …

    O país é nosso, o estado é nosso, as vidas dificeis são as nossas . Com estes resultados que estes funcionários do estado apresentam; é isto que nos serve ???? É isto que nós queremos ???
    Então temos que ser nós a governarmo-nos . Porque a opção é aquilo que temos á mais de 30 anos . E as pessoas ignorantes e analfabetas do país que têm vicio em votar, precisam que lhes seja apresentada uma alternativa . Porque caso contrário essas pessoas ignorantes e analfabetas continuam a ir votar nos mesmos de sempre .

    Alguém com muitos amigos, que se chegue á frente e dê o primeiro passo para constituir um partido politico que seja representativo da classe dominada para tirar o poder á classe dominante . Eu quero participar . E certamente todo o povo deseja isso finalmente

  4. Aníbal Mendes diz:

    Caríssimos amigos, conçídadões.
    Venho aqui em primeiro lugar dar-vos os parabéns pela magnífica manifestação realizada. Parabéns a todos os que nela participarão.
    Mas recorrendo ao mais profundo sentimento, eu pergunto, “vai fazer alguma diferença?”, pois claro que não e isso vesse pelas novas medidas de austeridade e pela indiferença pelos principais políticas do governo, e pelo oportunismo de outros políticos da oposição.
    Assim a meu ver só se poderia fazer efeito efetivamente uma manifestação onde ouve-se uma ordem de trabalho e então lutar por ela até que essa estive-se conseguida.
    Deixo aqui três pontos, que eu penso serem os essenciais , mas que terão de ser analisadas por alguém que conheça muito bem as leis políticas.
    1º Todo o governo deveria de ser responsabilizado pelos atos lesivos para o pais e para os portugueses.
    Ou seja, deveriam de pagar pelos seus erros, como proibidos de exercer mais funções políticas, nem cargos de empresas publicas, ficarem sem direito a pensão e outras regalias que adquiridas por direito político.
    2º Todos os políticos a exercer funções de deputado, não poderiam de exercer outros cargos ou funções em qualquer empresa, para que assim se pudessem concentrar mais no trabalho que para oi qual os portugueses o elegeram, e não acumularem vencimentos em cima de vencimentos, sem fazer nada.
    3º E o ultimo ponto, todos os políticos deveriam de ficar sem a imunidade diplomática sempre que houve indícios de Corrupção, favorecimentos de favores ou outros.
    Penso que estas medidas se fossem conseguidas pelo povo , fazia que qualquer político antes de se candidatar ao poleiro político pensaria duas vezes, pois todos falam e ninguém diz nada, é a vez do povo fazer o que deveria ter feito á uns anos atrás, entrar pela assembléia dentro e exigir o que está de direito, o que se está a passar é do terceiro mundo, todos criticam todos mas ninguém apresenta soluções, todos os dias Portugal perde dinheiro que faz falta ao povo, meu amigos não é preciso ser-se catedrático de números para se saber que sem consumismo não á economia nem crescimento.
    É tempo de agir e a altura é esta, enquanto eles andam a brincar ás eleições, vamos derrubar o governo ao deixamos os tugas pagar e passar mais dificuldade, eis a questão das brincadeiras dos nossos lideres.
    A força do povo unido é indestrutível.
    Força
    Com os melhores cumprimentos,
    Aníbal Mendes

    • Bom dia a partir de Espanha:
      Scratch Geração são o espanhol, nós implementamos estes sites:
      idéias http://www.juventudsinfuturo.net/
      http://democraciarealya.es/
      em nosso fórum, muitas pessoas estão animado para unir forças com Português e Espanhol, aproveitando o que nos une, e um dia chegar ao seu para você, como um igual de uma União Ibérica, com um futuro para a nossa geração. Espero que seu animado sobre ele. Um abraço de irmãos.

      Buenos dias desde España:
      Somos la Geração Rasca española, hemos puesto en marcha estas webs:
      http://www.juventudsinfuturo.net/
      http://democraciarealya.es/ en nuestro foro de ideas hay mucha gente que se muestra ilusionada con poder unir esfuerzos portugueses y españoles, aprovechar lo que nos une, y algun día alcanzar de tu a tu, de igual a igual una Union Iberica, con futuro para nuestra generacion. Esperamos ilusionado vuestra respecto. Una abrazo hermanos. alfcorrales@hotmail.com

  5. Na sequência do trabalho de jornalismo cívico contra a pobreza que temos vindo a desenvolver, gostariamos de entrevistar dois responsáveis pelo V/ movimento. Caso estejam disponíveis, por favor entrem em contacto para o nosso email ou para qualquer dos contactos do Museu Nacional de Arqueologia, nesse caso pedindo para falar com Mário Jorge de Almeida.

    Cumprimentos e felicidades

  6. Paulo Guimarães diz:

    Com uma organização destas não vamos lá. Com certeza não estarão a par da responsabilidade que agora têm sobre os vossos ombros! Eu voluntario-me a actualizar isto, falta de apoio não existe!

    • Maria Rosa diz:

      Manifesto o meu desacordo em impôr, à partida, uma grande responsabilidade sobre os ombros de quem quer que seja, sobretudo de quem teve a capacidade, ousadia, valentia, de começar este debate. Sem dúvida, é difícil organizar uma multidão. A intenção de continuar a involucrar-se tanto como o fizeram é pessoal e intransmissível. Mais, é possível que não aconteça nada com tão grande impacto como o 12 de Março nos próximos tempos (óbvio?!…pois aparecem os primeiros sinais de memória curta, é natural). É mesmo muito provável! Partamos do princípio que não vai acontecer! E não será por irresponsabilidade dos organizadores.

      Apresentaram-se aqui muitas ideias e infelizmente não temos o dia todo para estudar isto, há que trabalhar (ou procurar trabalho) no mínimo 7 horas por dia, e depois tratar desses aspectos prácticos que concernem a quem está vivo. Não somos políticos, nem analistas, não ganhamos para isto. Mesmo assim, reúne-se aqui uma lista de propostas que são de dar inveja a muitos programas de governação.
      Nestas condições, reflectir sobre tanta ideia pode levar horas, dias. A última vez que respondi de imediato a um comentário deste sítio arrependi-me de imediato. Ao rubro, a combustão é demasiado rápida, o entusiasmo pode fazer-nos incorrer em erros tácticos. Refiro-me ao voto nulo que subscrevo, por exemplo. Faço-o para quem queira votar em branco. O que não quer dizer que o aplique. Preocupo-me em dizê-lo porque intenções mal explicadas podem ser mal entendidas e, em casos piores, mal utilizadas. Sem um cara-a-cara, há que explicar tudo ainda melhor.

      Possíveis passos seguintes:
      1. Pegar na miscelânea de intenções aqui recolhidas e definir uma única, com prioridades de debate, que é onde mais dificuldade de focagem encontro. Há tanto por discutir que nos arriscamos a gerar um “tiroteio” (ai, não se assustem, somos pacifistas, da revolução com cravos!) no escuro, a desperdiçar energia.

      2.Não esquecendo que estamos a discutir em público e com identidades pouco idóneas, pensemos num sistema de voto sério entre os participantes neste debate para concretizar a ordem das prioridades da lista.

      3. Realizar uma compilação de notícias (se é que ainda ninguém fez…) nacionais e estrangeiras sobre o 12 de Março e as expectativas geradas. Não consegui organizar-me de forma a ler os jornais portugueses on-line desde terça-feira, por exemplo. Que tudo o que encontremos se “afixe” (é, sou do tempo dos placards de cortiça) numa secção deste sítio. Assim todos temos acesso ao “dossier”.

      Já agora um não-exemplo das notícias/opiniões que procuro, mas para as quais penso que também há que estar preparado:
      http://lusofolia.blogspot.com/2011/03/um-dia-isto-tinha-de-acontecer.html

  7. Liliana V. Carvalho diz:

    Tenho ouvido as mais diversas recções e ideias vindas de todo o lado… à excepção do próprio movimento. Acho que está na altura que ouvirmos qualquer coisa…precisamos disso

  8. Cidadão diz:

    Sobrevivência Low-Cost Para Uma Geração Desenrascada

    Uma frase frequentemente atribuída a Gandhi diz algo do género: “Não basta querer a mudança, é preciso SER a mudança.”

    Naquele que interpreto como o espírito desta frase, gostaria de publicar aqui algumas ideias que me ocorrem sobre o que cada um ou vários de nós podem fazer para melhorar a situação em que nos encontramos. Provavelmente estas ideias poderão não constituir soluções para as dificuldades materiais e concretas que muitos atravessam mas partilho-as com uma intenção positiva e construtiva e espero que não me levem a mal por isso. Não são exigências ao Estado, ou soluções em grande escala. São sugestões para cada indivíduo.

    1 – Trocar Conhecimentos

    Portugal tem um clima óptimo. Porque não aproveitar alguns espaços públicos que existem, como por exemplo os jardins para promover encontros de trocas de competências? Certamente muitos de nós têm inúmeros conhecimentos específicos nas áreas de formação e de especialização e ao mesmo tempo alguns handicaps noutras áreas de conhecimento. É sempre vantajoso, do ponto de vista do desenvolvimento pessoal, adquirir competências noutras áreas. Nem todo o conhecimento vem com um diploma institucional atrás e nem tudo se aprende nas aulas. Duas, três, quatro pessoas podem ter uma conversa informal. Entristece-me perceber tantas vezes que a maioria das pessoas apenas fala na linguagem profissional que lhe é própria como se apenas conseguisse ver a realidade através do seu pequeno ponto de vista. Gostaria sinceramente que não fosse assim. Creio que uma sociedade desenvolvida não se resume ao desenvolvimento económico mas também ao civismo, à abrangência de conhecimentos, à curiosidade pela diversidade e à integração harmoniosa dessa diversidade.

    2 – Desenvolver o Sentido de Ser

    Contamos que o Mundo nos venha buscar mas por vezes é o Mundo que espera por nós. Com isto pretendo dizer que há alternativas a ter. É possível focarmo-nos em Ser. Em Ser melhor, em evoluir, em construir a casa do nosso interior. Áreas como as Artes ou a Filosofia estão na nossa contemporaneidade absolutamente desleixadas e abandonadas. Tudo é imediato, tudo é consumo. Tudo é técnico e funcional. E com isto perdemos a grande dimensão do pensamento, da imaginação, do sonho. Porque não dedicarmo-nos também a aprender música? Ou a pintar? Ou a ler os grandes pensadores da história da humanidade? Pode parecer utópica esta sugestão. Pode parecer que nada trará de concreto. Mas aprender a Ser tem tudo de concreto. É aprendendo a Ser, despertando esse conhecimento, que é revelado a cada um o seu potencial. E conhecer esse potencial permite-nos ter novos pontos de vista, pensar em novas soluções para problemas concretos. Dar novos rumos à vida. É aprendendo a Ser que se aprende a continuar a luta. Com alegria. Porque a luta não tem que se viver apenas no exterior. A luta também é a nossa própria luta interior. As artes permitem-nos exprimir quem somos. E isso é muitas vezes uma surpresa para nós próprios. Pouco importa que achemos que não sabemos desenhar ou pintar. O desafio é fazê-lo apesar disso. E continuar a fazê-lo. Quanto à filosofia… se calhar conhecendo as doutrinas filosóficas que estão por detrás do capitalismo e da globalização compreenderíamos melhor o estado de coisas concretamente mau a que chegámos.

    3 – Praticar Voluntariado

    As dificuldades pelas quais passamos, se algo podem ter de positivo, é aumentarem a nossa capacidade de empatia e sensibilidade aos problemas dos outros. Claro que é difícil dar-se quando se sente que pouco ou nada se tem. Mas nem tudo o que se dá se perde. Por vezes uma palavra de atenção, um gesto de amizade, um simples olhar é tudo o que é preciso para fazer alguém sentir-se melhor. Há voluntariado que pode ser feito no dia a dia, num simples caminhar pela rua, num cumprimento ao entrar num café. Nem todos precisamos de ser voluntários profissionais.

    4 – Desenvolver o Empreendorismo

    Criar um emprego é possível. Começa é por ter que ser um trabalho. E se calhar vai ser um emprego em que a mesma pessoa é simultaneamente patrão e empregado de si próprio. Que pode não ser o da área em que nos formámos. Pode até estar, se utilizarmos esse critério, “abaixo” das nossas qualificações formais. Mas se estamos à rasca, não devemos a nós próprios tentarmos desenrascarmo-nos? Porque não, a título de exemplo, ler cartas a idosos ou a quem não saiba ler? Ou escrever por eles? Ou fazer competentemente o que tão poucos se dispõem a fazer como ser electricista ou canalizador? Certamente teria que se começar provavelmente por pessoas que fazem parte do círculo de amigos ou até da família. Mas tudo começa pelo princípio. Não pretendo ofender ninguém com a simplicidade desta ideia. Bem sei que fazer algo deste género ou parecido não tem “status social” na sociedade contemporãnea. Não corresponde às profissões que são propagandeadas na comunicação social. Mas a verdade é que neste momento a realidade impõe-se-nos e por isso há que ser pragmático. Muito muito poucos viremos a ser artistas famosos, modelos de passerelle ou cientistas reconhecidos. Mas serão estes os únicos caminhos para nos sentirmos realizados ou mesmo para ganharmos a vida? As soluções dos políticos serão sempre para as massas, nunca para as franjas populacionais. Mas a inovação e a criatividade está normalmente nessas mesmas franjas pois são as dificuldades da vida que nos aguçam o engenho. Aproveitemos o facto de pertencermos a uma minoria para explorar a nossa criatividade.

    5 – Agir em Conformidade com a Consciência

    Não chega ver as injustiças e nada fazer. Se presenciamos uma injustiça temos a obrigação ética e moral de fazer algo para a mudar. Isto torna automaticamente o mundo à nossa volta mais justo. Não chega que as empresas publicitem a tal “responsabilidade social” se não forem socialmente responsáveis. E se a única linguagem que as empresas percebem é a do lucro então o melhor é mesmo deixar de consumir os seus serviços e produtos e explicar-lhes porquê.

    6 – Aprender com os Erros

    Principalmente nas empresas mas também na vida em geral parece-me que há um medo enorme de errar. E uma incapacidade de admitir os erros. Porquê? É humano errar. Tal como é humano e saudável aprender com os erros. Só não erra quem nada faz. Muitas vezes encontrar o caminho que nos pertence envolve escolher caminhos errados. É difícil enganarmo-nos mas com tempo e com reflexão nos erros que cometemos tornamo-nos mais fortes. E mais livres. Infelizmente a sociedade que está criada tornou as pessoas meras máquinas que desempenham funções. Espera-se que sejam mecãnicas, repetitivas, sempre iguais. Não tem que ser assim.

    7 – Ser Ético

    As sociedades em que vivemos parecem ter perdido qualquer interesse na ética. Talvez em parte porque as pessoas absorvem os modelos sociais que lhes são impostos pelos mass-media – e que normalmente correspondem ao que eles acham que será mais popularucho – mas também porque muita gente está apenas interessada na sobrevivência a todo o custo e na acumulação de bens e poder. Na verdade uma sociedade sem ética será sempre sub-desenvolvida pois sem ética não há civilização. É fácil culpar os Governos pelo estado actual do Mundo e em grande medida a responsabilidade é deles. Mas não é só deles. Na verdade todos nós nos demitimos em grande parte dos nossos deveres humanos e sociais. Deixámos de pensar com o coração, racionalizamos tudo para se encaixar numa qualquer lógica para a qual fomos formatados e nos deixámos formatar. As facadas nas costas dos colegas de trabalho são o dia-a-dia de muitas empresas e isso não é culpa do Governo. É das pessoas, mesmo. O nível de consciência e o sentido da moral e/ou da ética estão num ponto muito baixo. A humanidade excita-se com os alimentos trangénicos, com as pesquisas de DNA, com a energia nuclear, com baixar permanentemente os custos para aumentar o lucro. Toda a gente se preocupa em como fazer mas poucos se perguntam porquê fazer. As dificuldades de sobrevivência são tão grandes que procuramos sobreviver a todo o custo. E com isso reduzimo-nos a nós próprios a animais. Animais pensantes, nada mais que isso. Somos nós que nos desvalorizamos ao comportarmo-nos assim. Não é o Governo, nem são os políticos. Somos nós próprios. Que espécie de sociedade não contrata uma mulher porque está grávida?

    8 – Ser Colorido

    Basta ver a quantidade de carros pretos e cinzentos que circulam em Portugal para ver a monotonia a que este povo chegou. É cinzento a mais! É preto por todo o lado! É o fado que é cinzento, são os carros, é a estrada, foram os cartazes da Manuela Ferreira Leite! E os membros do Governo actual? Aquelas caras até assustam! Que gente sinistra! Até as nossas roupas são pretas e cinzentas. Porquê? Estarão as cores apenas reservadas aos clubes de futebol?

    9 – Ser Curioso

    Ser curioso é fundamental. É fundamental para descobrir aquela fábrica no Brasil que não tendo chefes dá lucro porque os trabalhadores são responsáveis e participam de todas as decisões. Ser curioso é fundamental para descobrir o que é a Kiva. Ser curioso é fundamental para desmistificar o mundo de engano e aparência que esteve oculto durante tanto tempo. É a curiosidade que conduz à mudança. Sem ela estamos mortos apesar de parecer que estamos vivos.

    10 – Ser Paciente e Perseverante

    O que aconteceu em Portugal no passado dia 12 de Março foi importante. Infelizmente aquela malta que faz comentários na televisão ficou tão atrapalhada que disse as maiores parvoíces tanto antes como depois. O governo ignorou a importãncia do assunto. O movimento espontãneo para a cidadania tornou-se uma realidade concreta a partir do momento em que 300.000 pessoas aderiram à ideia. Mas será preciso tempo e paciência até que um movimento com eventual expressão política possa nascer desta manifestação. Possivelmente serão precisos vários anos. E esse, o tempo, vai ser creio eu o maior teste à iniciativa. Mas com paciência e perseverância tudo se consegue. Por isso é tão importante continuar a acreditar. Continuar a acreditar que não estamos perante algo igual ao que já temos. Continuar a acreditar no sistema democrático mesmo que ele não realize todas as nossas aspirações. Porque foi, com todos os seus defeitos, o sistema democrático, o verdadeiro sistema democrático, independentemente de quem o governa actualmente, que permitiu que a manifestação se realizasse e que os cidadãos tivessem uma voz.

    Compreendo à partida que estas não são as soluções esperadas neste fórum e que não respondem minimamente às dificuldades profissionais e económicas imediatas da maioria. Mas são hipóteses. Hipóteses que retirei da minha experiência de oito anos como trabalhador independente e que melhor ou pior me têem ajudado a sobreviver. Hipóteses low-cost que poderão evoluir para algo maior e melhor. Certamente mais vale ter uma hipótese que não ter nada.

    Desejo a este movimento o maior dos sucessos.

  9. Cidadão diz:

    Há várias situações em que as pessoas enquanto clientes das empresas podem transmitir de forma bem clara o que pensam da precariedade. Este é um exemplo concreto: Durante algum tempo fui cliente de um ginásio onde era obrigado a contratos de 6 meses. Se quisesse desistir antes do prazo de 6 meses teria que pagar os meses em falta. Um dia vim a saber que a maior parte dos trabalhadores desse ginásio estão a recibos verdes. Pareceu-me inadmissível que eu enquanto cliente fosse obrigado a um contrato para garantir segurança à empresa mas os seus funcionários podiam ser dispensados a qualquer momento. Também por este motivo quando terminou o prazo do contrato seguinte rescindi o contrato com o ginásio e fiz questão de mencionar esta situação dos recibos dos funcionários. Dou aqui este testemunho como sugestão para que as pessoas comecem a responsabilizar as empresas pelos produtos e serviços que prestam. Para uma empresa ser socialmente responsável não basta escrever essa frase no papel de carta ou dizer que se é verde ou amigo do ambiente. Se a única coisa que interessa às empresas é o lucro então nós enquanto clientes também temos o dever e a responsabilidade de lhes mostrar o que achamos disso.

    • Horácio Guimarães diz:

      GERAÇÕES À RASCA

      MOVIMENTO 12MARÇO

      TERAPIA

      1. APROVAÇÃO NA ASSEMBLEIA DA REPUBLICA DE UM PROGRAMA COMUM, PARA A LEGISLATURA, COM A PARTICIPAÇÃO DE TODOS OS GRUPOS PARLAMENTARES.
      2. FORMAÇÃO DE UM GOVERNO REDUZIDO, COM A PARTICIPAÇÃO PROPORCIONAL, DOS PARTIDOS REPRESENTADOS NA A.R. E INDEPENDENTES.
      3. ALTERAÇÃO DOS ESTATUTOS DO BANCO CENTRAL EUROPEU, POR FORMA A PRESTAR AJUDA AOS PAÍSES À RASCA, ACTUALMENTE VICTIMAS DOS ESPECULADORES FINANCEIROS INTERNACIONAIS.
      4. TAXAÇÃO JUSTA DAS EMPRESAS FINANCEIRAS, DAS OPERAÇÕES BOLSISTAS, DAS GRANDES EMPRESAS E DOS ALTOS RENDIMENTOS, PONDO FIM AOS PARAÍSOS FISCAIS, A NÍVEL EUROPEU E MUNDIAL.
      5. REFORMA URGENTE DO ESTADO, INCLUINDO O PODER LOCAL E AS REGIÕES AUTÓNOMAS, ENCERRANDO DEZENAS DE INSTITUTOS, FUNDAÇÕES E EMPRESAS PUBLICAS QUE DUPLICAM AS DIRECÇÕES GERAIS DA FUNÇÃO PUBLICA, PRIVATIZAR O QUE NÃO É RELEVANTE E NACIONALIZAR O QUE É ESTRATÉGICO.
      6. DESENVOLVER O SECTOR COOPERATIVO E ASSOCIATIVO, DIVERSIFICANDO A NOSSA ECONOMIA, AUMENTANDO A NOSSA PRODUTIVIDADE E COMPETITIVIDADE E GERANDO MILHARES DE NOVOS EMPREGOS.
      7. ESTIMULAR FISCALMENTE UMA CRESCENTE PARTICIPAÇÃO DO TRABALHO NO CAPITAL DAS EMPRESAS, COMO FORMA DE SOCIALIZAÇÃO DAS MESMAS E PARTICIPAÇÃO ACTIVA DE TODOS OS SEUS COLABORADORES NA SUA GESTÃO.
      8. PROGRAMA DE APOIO ÀS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS, COM CRÉDITO BONIFICADO POR PARTE DO BANCO PÚBLICO, CGD, FOMENTANDO A PRODUÇÃO PARA O MERCADO INTERNO E PARA AS EXPORTAÇÕES, CRIANDO TAMBÉM MILHARES DE POSTOS DE TRABALHO.
      9. REDUÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS E REESTRUTURAÇÃO DAS FORÇAS POLICIAIS, ADAPTANDO-AS À NOVA REALIDADE DE UM PEQUENO PAÍS EUROPEU, PACIFICO, SEM COLÓNIAS NEM IMPÉRIO.
      10. PREPARAR A INTERVENÇÃO DO MOVIMENTO 12MARÇO, NOS PRÓXIMOS ACTOS ELEITORAIS POR FORMA A MOBILIZAR A MAIORIA DOS PORTUGUESES QUE HOJE SE ABSTÉM, VOTAM EM BRANCO OU NULO E DAR VOZ ÀS GERAÇÕES À RASCA.

      PORTO,12.03.2011

  10. Ana B diz:

    Não pude ir, mas gostei de ver que afinal a consciência crítica dos portugueses não desapareceu. No entanto, o mais importante não deverá ser reduzido a um acontecimento ( o maior desde os tempos do PREC), mas ter a possibilidade de ser materializado, é imperioso que o contributo de todos possa ser eficazmente transposto para a realidade. A construção e adesão ao movimento cívico não é, por si só, suficiente para alterar o estado a que o Estado chegou, olhemos para o exemplo da Islândia, pois é fundamental que este país se erga de baixo para cima. E são as pessoas, aquelas que vivem no Portugal real, as que conhecem os verdadeiros constrangimentos e dificuldades, as que são diariamente manietadas pelo sistema instituído, que devem ser os agentes activos da futura mudança. O que deverá, então, ser mudado, alterado, erradicado, para que Portugal seja um verdadeiro País democrático, INDEPENDENTE e gerador de riqueza para Todos? TUDO…
    Estou aqui, atenta, com força, disposta a lutar e dar o meu contributo para que a mudança, que não vai ser fácil, aconteça, pois não basta resistir é preciso agir.

  11. Maria Rosa diz:

    Subscrevo o voto nulo!
    O meu sincero e orgulhoso agradecimento.

  12. A CHISPA ! diz:

    Caros:M.Rosa,Bruno,Nuno e Phil
    Concordamos inteiramente com as vossas opiniões e enviamos as nossas sugestões.
    A mobilização/manifestação realizadas em várias cidades do país, constitui para já uma enorme VITÓRIA do movimento da Geração/ões à Rasca. No entanto não deixa de ser o primeiro degrau de uma LONGA escada que é necessário ESCALAR.

    Foi notório o rápido SILENCIAMENTO que a manifestação e a sua repercussão entre o povo, por parte dos orgãos de comunicação “social” o que quer dizer que este movimento deixou apreensivos todos aqueles que de uma ou outra forma são responsáveis pelo estado de degradação e miséria social que envolve várias gerações de trabalhadores.

    Assim e AGORA, à que transformar toda esta mobilização, entusiasmo e confiança na sua própria força, num corpo minimamente ORGANIZADO, constituindo-se para JÁ, COMISSÕES de LUTA em todas as localidades que seja possivel constituir, em torno dos objectivos propostos pelo Manifesto e coordenar estas entre si, e começar a preparar desde já encontros distritais e depois nacional para se analisar e avançar para discutir novas acções de luta.

    Deve-se combater de forma eficáz todo e qualquer tipo de ILUSÃO que veja na Assembleia da Républica a solução e a resolução dos nossos problemas,esta, faz parte do sistema económico e politico que nos conduziu à PRECARIEDADE,ao DESEMPREGO e à MISÉRIA SOCIAL.

    Que ninguém tenha dúvidas quanto ao carácter das futuras lutas que teremos que travar para conseguir os objectivos a que nos propusemos, será uma luta PROLONGADA que EXIGIRÁ maior mobilização, participação e mais combatividade.

    O Governo e a classe capitalista dominante, não vão ceder de livre vontade,terão que ser obrigados a isso, pela nossa força e UNIDADE.
    Viva o Movimento das várias Gerações à Rasca!
    Saudações Revolucionárias
    A Chispa!

    • Maria Rosa diz:

      Penso que os pontos delineados pelo Nuno são de grande objectividade. Apostaría nas sessões de informação e debate temáticas, concretas, racionais, necessárias ao conhecimento de realidades, indispensáveis ao delineamento de prioridades, de acções que funcionem em uníssono.
      Saudações revolucionárias desde Espanha, onde Portugal é agora olhado como exemplo de unidade geracional. Atentos ao fórum, preparando terreno para actuar em conformidade.
      Viva este Movimento!

      • abilio guimaraes diz:

        concordo plenamente agora urge criar assembleias de debate e dar corpo legal ao movimento e porque não pensar em algo com vista ás eleições que ai devem estar a bater á porta..
        começar a separar o trigo do joio e partir á conquista de um Portugal novo um Portugal de esperança um Portugal Feliz

  13. José Maciel Silva diz:

    Vila Nova de Gaia, 15 de Março de 2011
    Boa tarde a todos, hoje gostaria de partilhar convosco, no seguimento das recentes declarações dos principais agentes políticos portugueses, o meu pensamento sobre uma ou outra questão que julgo ser pertinente neste momento.
    A instabilidade política, social e económica que estamos a viver não se instalou no nosso país só porque temos um governo PS minoritário ou porque os mercados oscilam a cada momento e a confiança dos mercados é volátil a cada declaração vinda de uma qualquer figura pública com mais ou menos importância, com mais ou menos influência. Não. A crise política, social e económica instalou-se lenta e silenciosamente durante décadas de jogos de poder, como se de xadrez se tratasse. É bom ter a consciência que as jogadas, tal como no xadrez, não se desfazem. Não se pode também esquecer que é necessário saber jogar, porque não se vai a lado nenhum com utopias. Na realidade, as peças continuam a mover-se, independentemente do que fizermos agora. São mais de 6 mil milhões de pessoas. Não se muda a trajectória de tantas peças de um dia para o outro. Não quero com isto dizer que é impossível mas será com certeza difícil.
    A mudança começa quando eu mudo, quando tu mudas.
    Há um conjunto de peças muito importante que terá um papel fundamental na mudança. Esse conjunto de peças deverá responsabilizar os responsáveis por esta situação. Seja a nível económico, político ou social. Este conjunto de peças que se denomina de JUSTIÇA terá também de mudar. Que ninguém se iluda que sem um estado de DIREITO eficaz, incorruptível, concreto e sem medo não se consegue a tão desejada mudança. A politização da justiça é uma realidade que não deveria existir. A justiça está sobrecarregada de processos que dificultam a sua execução em tempo útil, está complicada, está burocrática e está descredibilizada como o sistema político.
    A minha formação não é em Direito, não tenho no círculo que me rodeia advogados, juízes, procuradores, juristas nem sequer um simples licenciado em Direito. Para se ser JUSTO não é preciso formação superior, apenas saber distinguir o certo do errado. Quero com isto dizer que um agente político, social ou económico não necessita de ser licenciado em Direito, apenas precisa de ser JUSTO.
    A justiça engloba, tal como a política, todos os ramos da nossa sociedade. Para mudar uma sociedade será necessário mudar o que a influencia.
    A justiça será um player que terá que aparecer e terá que mostrar que é possível mudar.
    Proponho por isso os seguintes pontos para reflexão:
    – A justiça deveria ser mais célere.
    – Os vários códigos deveriam ser simplificados.
    – As remunerações milionárias em processos mediáticos e não só não deveriam existir porque favorecem a corrupção, a quebra do segredo de justiça e o favorecimento no aparecimento ou desaparecimento de provas ou processos que levem às mesmas.
    – Com certeza também haverá agentes nesta classe social coma mesma vontade de mudança. Não serão propriamente precários, e ainda bem, mas no entanto também eles devem ser cívicos, solidários e responsáveis, contribuindo de formas mais eficazes para um país mais justo.
    – A burocracia na justiça é preocupante , que seja também denunciada.

    No fundo o que quero transmitir hoje é que na Justiça também é necessária uma evolução, de carácter urgente, com medidas eficazes e com resultados visíveis.

    Não tenham medo, mudem. Acreditem. Desliguem a ficha do “complicómetro”.
    Este é o meu apelo.

    Obrigado.

  14. Carlos Faria diz:

    Como adultos, a partir do momento culpamos alguém pelas coisas menos boas que nos acontecem na nossa vida e na nossa sociedade só estamos a dar o poder da nossa vida a esse alguém. Se esse alguém é responsável pelos acontecimentos na vossa vida ele controla a nossa vida.

    Nós precisamos assumir responsabilidade nos resultados que atingimos pois só assim é que podemos ter controlo do nosso destino e ter controlo da nossa vida.
    Todos os minutos estamos a fazer decisões que contribuem para a presente situação.

    A qualidade dos nossos políticos vai sempre depender muito do grau de exigência dos votantes. A decisão esta nas mãos dos votantes.

    Se no dia a dia um familiar, um amigo, um professor, um funcionário, etc., tiver a mesma atitude de um mau politico confrontamos todas essa situações com indemnização sem excepções ou muitas vezes escolhemos fechar os olhos com a desculpa de não querer arranjar problemas?

    Pois a luta começa bem perto de nós.

  15. José Maciel Silva diz:

    Vila Nova de Gaia, 14 de Março de 2011.
    Boa tarde a todos, o meu nome é José Maciel Silva, tenho 31 anos, sou licenciado, desempregado, ex-recibos verdes e ex-contrato a prazo. Tenho acompanhado esta iniciativa online e participei activamente no protesto na cidade do Porto. Coloquei em 2 cartazes as frases “Sorria está a ser roubado” e “Também quero um Ferrari” e com as quais manifestei alguma parte da minha indignação. Quero felicitar os organizadores e todos aqueles que se juntaram a esta manifestação. O dia seguinte foi de descanso e contemplação dos resultados a nível nacional e internacional dos números, das opiniões e das perguntas e respostas vindas de todas as classes sociais.
    Hoje sei que não estou sozinho e escrevo estas palavras para vos dizer que irei diariamente dedicar parte do meu tempo a pensar, reflectir, escrever e partilhar o que penso convosco.
    Um dia alguém sonhou com um Portugal livre, democrático, uno, justo e culto. Em algum momento da História tudo se perdeu, ou quase tudo. No entanto todos sonhamos e eu também sonho. Este meu testemunho é sobre este sonho.
    Sonho com um país com cidadania, com respeito, com empreendedorismo e com justiça. Não me parece que seja muito diferente do que o que alguém um dia sonhou, no entanto continua sem existir. Falta-me tanto neste país!
    Tenho tudo e não tenho nada. Quero ser parte da resposta, não quero ser o problema. Quero ajudar, quero crescer, quero viver.
    QUERO UMA DEMOCRACIA V2.0 porque a primeira versão foi CORROMPIDA por uma DITADURA ECONÓMICA que desgastou um Portugal, uma Europa, um Mundo.
    MUDANÇA! Quero MUDANÇA!
    Eu tenho muito para dar! Mas neste momento só querem que eu tenha tempo! Pois será o tempo que tenho a minha arma!
    EU ESTIVE LÁ NO 12 DE MARÇO DE 2011. E ESTAREI LÁ OUTRA VEZ!
    O que tenho mais é tempo e depois de 12/3 tenho mais vontade! Eu não estou sozinho!
    Nem tu!

    Venha a DEMOCRACIA V2.0 ou com outro nome, mas venha! Estamos prontos!

    Recado para os nossos governantes, ou melhor, aos que se governam: Não devem desprezar as 200 ou 300 mil pessoas que saíram à rua! Façam as contas, em números redondos dos 10 milhões de habitantes, 200 ou 300 mil protestaram, ou seja, 2 a 3%!
    Meus amigos 2 a 3% são muitas pessoas! E podem ser mais!

    Eu acredito! A mudança é possível!

  16. Mihail788 diz:

    !!!
    . , , , , , , , , .
    grau.ru

  17. Marina Passos diz:

    Boa tarde a todos.
    Tenho 27 anos, estou desempregada, tenho 1 filho para criar e sustentar e estou a meio de uma licenciatura em Gestão. A licenciatura está a meio, porque uma vez que vivo com os meus pais e o Governo acha que 1200€ por mês (provenientes do trabalho dos meus pais) é muito para sustentar 4 cabeças, por isso não me concede bolsa de estudo e eu não detenho os recursos necessários para concluir o curso. Não tenho direito a subsidios, porque os meus trabalhos foram sempre em Part-time. Até o abono do meu filho me foi retirado e a pensão de alimentos…nem vale a pena comentar!!! Os trabalhos que encontro, tem 15 dias de experiencia não remunerados e no final dos 15 dias inevntam uma desculpa para mandar embora, ou então tem que se pagar a formação, de aproximadamente 500€ e no final dizem que não corresponde ao perfil e ficaram com o nosso €€€. Ou, trabalhamos a recibos verdes, 50h por semana e quer ganhe ou não tem que descontar!!! Tudo isto, é no minímo, vergonhoso!!!
    Pelo pouco que sei de economia, entendo que se trata de um ciclo, portanto o que eu sugeria como medidas para levantar o país, é o seguinte:
    1ª) Aumentar o salário minímo para 900€, mas manter a inflação nos produtos. Pois, isto ficou mais negro, com a entrada do €uro, porque tudo que consumimos passou para o dobro do preço…excepto, claro, os salários.
    2ª) Tendo o povo um salário minímo de 900€, inicialmente iria usar o € para equilibrar o orçamento familiar e divídas, mas depois dessa fase iria consumir mais, pois ja teria poder de compra, se os preços se mantivessem.
    3ª) Uma vez que o povo iria consumir mais, as empresas iriam precisar de mão-de-obra para satisfazer essa procura. Ao precisar de mão-de-obra, haveria menos desemprego.
    Ou seja, como conclusão, as famílias ganhavam mais…mas, as empresas também ganhariam!!!

    Outra das medidas, seria alterar os requisitos para a reforma. Pois, o Governo tomou a medida de aumentar a idade da reforma, para poupar nas pensões. Mas, por outro lado, gasta o mesmo dinheiro ou mais a pagar a desempregados, que não tem trabalho porque as pessoas que já deviam estar a gozar a reforma com o dinheiro que descontaram para tal…ainda estão a trabalhar!!!

    Isto, são apenas algumas ideias, de uma mãe solteira, que ainda não terminou a licenciatura porque não tem € para isso, que está desempregada sem direito a nenhum subsídio, que ainda vive na casa dos pais e que se não fossem os pais com os precários 600€ que ganham cada um, já teria morrido à fome juntamente com o filho.

    • abilio guimaraes diz:

      CONCORDO E VEM NA SEQUÊNCIA DE ALGUMAS DAS MINHA IDEIAS

      • Liliana V. Carvalho diz:

        Eu acho que a questão da procura gerar mais produção é verdade mas infelizmente não iria gerar mais produção em Portugal visto que praticamente tudo o que consumimos é importando.
        Concordo plenamente com o ordenado minimo por outro lado não ia resolver o problema dos recibos verdes, acho que iria aumentar ainda mais os ditos falsos recibos verdes visto que para estes desgraçados não há um minímo estabelecido.
        Relativamente à reforma acho que os 35 ou 40 anos de desconto era o mais justo quer para pessoas que começaram a trabalhar aos 14 (como os nossos pais) ou os que começaram a trabalhar aos 25 (como muitos da nossa geração) dando oportunidade de descansar a quem de direito e “esvaziando” postos de trabalho que iriam ser ocupados por nós. Para completar as questões das reformas, e apesar dos anos de descontos, é importante estabelecer uma idade mínima de reforma mas sobretudo uma idade máximo (70 anos por exemplo) o que obrigaria a muitas “vacas sagradas” a desocuparem postos importantes na sociedade (universidades por exemplo). Muitas destas “vacas sagradas” agarram-se ao posto, muitas vezes postos de decisão, e manipulam tudo à volta com as suas ideias muitas vezes ultrapassadas e que impedem que novas ideias chegam a lugares importantes!

  18. Arrebenta diz:

    Se há gente desempregada e com tempo para ocupar numa útil renovação, ficam aqui algumas pistas.
    Chama-se investigação>/strong>.
    Depois de investigarem, tracem as linhas de atuação 🙂

    http://braganzas.blogspot.com/2011/03/entre-geracao-rasca-e-o-portugal.html

  19. sandra soares diz:

    Queria desde já, agradecer a quem teve a ideia de criar este movimento de geração a rasca, é que há muito que já deveria ter acontecido.
    Começo a ter algum orgulho de pertencer a uma geração de gente corajosa que não tem medo de sair á rua e mostrar o seu descontentamento, em relação a politicos que governam o nosso pais, só peço que não desistam agora que isto se vai tornar mais sério e vamos todos lutar pelos mesmos ideais.

    • Pinto diz:

      Deixo-vos aqui a minha opinião sobre um país à rasca. Após o manifesto vi na comunicação social comentadores já estabelecidos e com nome na praça que basicamente nos dissem que nós jovens temos de nos contentar não somente com emprego precário e mal remunerado, mas contentarmos com profissões que nada se coaduna nas habilitações literárias que obtivemos nestes últimos 20 anos. Há quem defende que devemos contentar com trabalhar em restaurantes, supermercados e por ai a fora. Não é que não se trate de um trabalho honesto e digno, mas por ELES que aguardam a sua milionária reforma e quando tiver em causa o seu tacho não irão defender outra coisa. Portugal anda a ferro e a fogo, não é preciso actos de violência para isso, basta um conflito de interesses. O que estamos hoje a assistir no país é uma tentativa de assalto ao poder por parte de partidos políticos que andam a proveitarem-se do descontentamento social e da “ignorância” da população para continuar em viver muito bem.
      Agora basta de diagnósticos porque afinal sempre vivi em Portugal, sem ausência para outro sistema solar com aquele que chegou na semana passada e tomou posse como Presidente. Não se esqueçam que este Sr Prof. altamente formado e especializado esteve mais directamente relacionado com os designios do pais do que qualquer outro. Tem de assumir a sua responsabilidade porque afinal conduziu-nos a politicas de desenvolvimento económico insustentáveis.
      Bem mas basta de chorar sobre o leite derramado. Está na hora não de um salto civico, mas de agir. Assim,
      Pretendemos um maior rigor mas contas públicas e publicação das mesmas.
      Maior fiscalização nas obras públicas, concursos.
      Responsabilização moral, financeira e social na má gestão quer de empresa publicas, autarquias e por aí a fora
      Reeducação da população para exercer o seu direito civico em plena consciência e não porque tem bochecas giras e fala bem, apesar de não entender uma única palavra
      Reeducação dos nossos empresários, que possuem baixas habilitações quer civicas e intelectuais.
      O incentivo das pequenas e micro empresa não deve acabar, mas a aplicação desses incentivos tem e deve ser fiscalizada com maior rigor.
      As grandes obras públicas e as PPP devem ser revistas e re-analizadas, quanto a sua eficásia e rentalibilidade, sem recurso à contratação de empresas externas. Afinal. o Estado tem recursos humanos capazes para o fazer. Tem é de trabalhar.
      Revisão de todos os contratos de trabalho dos funcionários públicos, quer dos altos dirigentes (e com a limitação de um tecto salarial, quem não quiser que vá trabalhar para o privado), quer dos salários mais baixos. Esta revisão deve ser feita com base numa avaliação clara, rigorosa do desempenho de cada funcionário.
      Apoio não financeiro à internacionalização das empresas. Aqui, meus senhores passa pela divulgação do “caminho a percorrer” para essa internacionalização. Mas afinal o saber é propriedade de apenas meia dúzia de gatos pingados.
      Incetivo às empresas exportadoras e empresas que produzem bens que são consumidos internamente no país. Seguir de forma actual e moderna uma Política Proteccionista dos nossos produtos.
      Maior fiscalização e rigor dos rendimento minimo de inserção, subsdios diversos e por aí a fora. Se vieres um pobre não lhe dê o peixe mas ensina-o a pescar. Caso contrário ficará subsidio-dependente.
      Mobilização de todos os consumidores a solicitar factura em todos os produtos que comprem. Bem a evasão fiscal existe e mora mesmo lado das nossas casas. Desde de pastelarias, restaurantes, mercearias, etc. Onde pensam que vai o IVA que pagamos no produto. Para os bolsos do Estado. NÃO!!! Para os bolsos do proprietário da empresa.
      Maior exigência, competência, rigor no ensino. Alunos e Formandos de hoje peçam um ensino de qualidade. Não se esqueçam que o Sr Prof e Sr Formador está lá para ensinar e não para vos facilitar a vida.

  20. Regime à Rasca diz:

    «A era da precariedade
    por Sandra Monteiro

    De repente, a precariedade chegou à generalidade dos meios de comunicação social, ocupando as manchetes e o horário nobre. O rastilho que impôs a sua visibilidade foi um encontro. De um lado estava uma canção, Que parva que eu sou, dos Deolinda, que parece um álbum de fotografias. Mas, em vez de registar momentos de felicidade, esse álbum mostra-nos imagens do pior que está a acontecer na vida de uma juventude que só conhece, ou só perspectiva, o trabalho precário. Entre o sarcasmo e a auto-ironia, a canção regista a aceitação passiva da situação, mas também a insuportabilidade e a revolta. Do outro lado estava um público que imediatamente reconheceu essa condição como sendo a sua. Apropriou-se da canção de forma política, isto é, como veículo de denúncia e de protesto, e fê-la percorrer as redes sociais, entrar pelo debate público e sair para a rua, em protesto marcado para 12 de Março. Saberiam eles que estavam a suscitar a identificação, directa e indirecta, de tantas outras gerações, de tantos outros trabalhadores, mais ou menos escolarizados?

    O fenómeno da precariedade laboral, que a partir do mundo do trabalho metastiza todo o viver com incerteza e insegurança, não é novo. Começou na década de 1980 [1], quando o projecto neoliberal se lançou ao ataque de direitos associados ao mundo do trabalho, direitos esses que vinham sendo decisivos na eliminação de desigualdades socioeconómicas e na construção de sociedades mais decentes.

    Dessa recomposição do «mercado de trabalho», desde então empreendida, fizeram parte a flexibilização da «oferta» e da «procura» de mão-de-obra; a alteração de dispositivos legais que traduziam formas de protecção e dignificação do trabalho; e as múltiplas desregulações dos contratos que, com a ameaça do desemprego, facilitaram diminuições de vencimentos, o aumento de ritmos e tempos de trabalho, a extensão de contratos a termo, a aceitação de trabalho a tempo parcial e outros vínculos precários.

    O aumento da precariedade, da exploração e das desigualdades − que a crise e a austeridade ainda vêm agravar − afecta quem está hoje a sair das universidades, mas já afectou quem há vinte anos, senão mais, começou a receber as primeiras bolsas de investigação ou a «passar recibos verdes» e nunca mais abandonou os vínculos precários. Vinte anos depois, muitos desses precários têm já filhos que não sabem o que é ter pais com direito a férias, subsídios de doença ou de desemprego, tal como têm pais cujas legítimas expectativas de tempo de reforma foram já muito «precarizadas» pela ajuda (financeira e não só) que os filhos são forçados a pedir-lhes. Outros têm pais que nem sequer chegaram a ter reformas minimamente decentes − e não têm como os ajudar. Décadas passadas, a precariedade afecta também aqueles que, aproximando-se da reforma, tenham passado por experiências de desemprego ou tenham tido carreiras contributivas tão precárias que nem podem sonhar com a aposentação.

    A precarização do emprego, fenómeno comum a todos os países da União Europeia mesmo que tenha especial incidência em Portugal, não é de facto um problema que atinja apenas uma geração. Os dados hoje comprovam-no. Basta olhar, por exemplo, para a evolução do trabalho temporário que, entre 1995 e 2008, cresceu em todas as classes etárias. Mas a tendência geral de aumento é acompanhada de um outro padrão: a da manutenção da classe mais jovem, entre os 15-24 anos, como a que apresenta os valores mais elevados, seguindo-se a dos 25-49 anos e, menos afectada, a dos 50-64 [2].

    Todas estas situações, do desemprego à precariedade e ao salário, tendem a agravar-se quando o nível de escolarização é menor. Isto é particularmente grave se pensarmos que Portugal é um país que tem ainda reduzidas taxas de escolarização superior e que tem vindo a assistir, na década posterior ao aumento das propinas no ensino superior e agora com a crise (e na ausência de alterações significativas no apoio escolar), a uma preocupante reelitização da frequência desses graus de ensino. A maior visibilidade que a era da precariedade hoje vai tendo no espaço público e mediático, transbordando dos âmbitos associativos e sindicais, decorre também, sem dúvida, da extensão e aprofundamento do fenómeno, da consciência de que ele não é passageiro. Mas com a visibilidade pública torna-se também um campo em disputa.

    As narrativas que apostam na quebra de solidariedades intergeracionais ou interprofissionais vão fazer tudo o que estiver ao seu alcance para dizer que mais vale a instabilidade da precariedade do que a estabilidade do desemprego; para opor os direitos dos mais velhos à flexibilidade dos mais novos; para fazer apelos paternalistas ao realismo assumindo culpas próprias nos ultrapassados utopismos − para onde atiram toda a geração de direitos socioeconómicos que o Estado social e os serviços públicos devem assegurar.

    As narrativas que consideram que a precariedade, bem como o desemprego, são formas moralmente inaceitáveis, e além disso economicamente insustentáveis, de organizar as sociedades têm de desmontar os discursos que apenas apresentam «soluções» individuais para o emprego precário (da cenoura dos casos de sucesso ao bastão da falta de «boa atitude» ou «pró-actividade») e desenvolver formas de actuação colectiva que possam trazer transformações sociais. Nesse sentido, abrir brechas na era da precariedade terá de passar pela articulação de lutas comuns, da defesa dos serviços públicos e do emprego até todos os combates pela igualdade. Março anuncia-se como um bom mês para essa articulação: depois do protesto contra a precariedade a 12 vem o protesto contra a austeridade e o desemprego, dia 19.

    segunda-feira 7 de Março de 2011
    Notas

    [1] Cf. José Nuno Matos, «Precariado: de condicionado a condicionante político», Le Monde diplomatique − edição portuguesa, Setembro de 2007. O tema da precariedade vem sendo há anos regularmente tratado nestas páginas. Alguns artigos estão disponíveis em http://pt.mondediplo.com.

    [2] Ver Renato Carmo (org.), Desigualdades Sociais 2010. Estudos e indicadores, Mundos Sociais, Lisboa, 2010, p. 191 ss.

    http://pt.mondediplo.com/spip.php?article794

  21. Deixo para vossa apreciação
    10 medidas para a sustentabildade financeira portuguesa:

    1. Suspensão do TGV, do novo aeroporto, da 3ªa travessia do Tejo e suspensão da Parque Escolar

    2. Suspensão do programa das novas barragens

    3. Suspensão de todas as privatizações

    4. Eliminação de vários institutos e organismos públicos (onde só serviram para colocar mais gente dos partidos do Poder do que realmente mostrarem produtividade)

    5. Criação de mecanismos de democracia participativa

    6. Taxação das mais valias

    7. Aumentar o IRC e fim das off-shores

    8. Supressão de subsídios a mini (-micro) empresas

    9. Congelamento de todos os prémios e bónus e limitação dos ordenados de topo (ex: ninguém na Administração vencer mais que o dobro do Presidente da República)

    10. Plano de crescimento económico baseado em empresas inovadoras, viradas para a sustentabilidade ambiental e informática e avançar com o plano nacional destinado à eficiência energética e da água do País

    • Regime à Rasca diz:

      Concordo, excepto:
      1) «Congelamento de todos os prémios e bónus e limitação dos ordenados de topo» Por quê «ninguém vencer mais que o dobro do PR»? Por que não apenas o vencimento do PR como topo?

      2) Ponto 8. Só às micro e mini empresas?

      3) Ponto 9. E já agora quanto às pensões de luxo que Portugal tem que os próprios suíços limitaram a 1700€, não há nada a dizer?

      4) Ponto 10. Que plano nacional é esse destinado à eficiência energética?

      5) Ainda no Ponto 10. Desde que não sejam outras PPP… e as apostas na informática que sejam em open-source;

      6) Eu acrescentaria ainda:
      a) aumento de impostos na Banca, i.e. idêntica percentagem que pagam as empresas;
      b) muita fiscalização nas contas das empresas;
      c) muita transparência nas contas públicas quer sejam governamentais ou autárquicas;
      d) para além de um incentivo ao mérito e à moralidade na Justiça;
      e) Reformas sérias e com todos os interlocutores relacionados com a Educação – desde o básico ao superior;
      f) fim dos subsídios aos partidos;

      • Catarina Pimentel diz:

        Envio este comentário na esperança de que seja adicionado aos outros manifestos, dado que não tenho conta no facebook…penso que o fórum deveria ser acessível a todos quantos não têm facebook e não se vissem obrigados a abrir a dita conta para que as suas opiniões se façam ouvir. No contexto da falta de emprego penso que a questão de fundo se relaciona com a falta de planeamento do sistema de ensino e da sua adequação ao mercado de trabalho.

        1) Os cursos superiores vigentes devem reflectir as necessidades da realidade do mercado de trabalho em Portugal. Adicionalmente, o tratado de Bolonha veio aumentar a frequência com que licenciados são despejados para um mercado de trabalho inexistente o que exige uma coordenação ainda maior neste contexto.

        2) O fim do ensino geral nas escolas públicas. Se todas as escolas fossem transformadas em escolas profissionais seria possível aos jovens prosseguirem para o ensino superior bem como a formação de profissionais certificados que quisessem integrar o mercado de trabalho. Deixaríamos de formar pessoas com o 12º ano que nos dias de hoje pouco serve para quem quer procurar um emprego.

        No contexto do sistema de ensino vigente e que tanto se orgulha de produzir um número elevado de doutorados a quem tanto gostam de chamar “cérebros deste país”acho imprescindível

        3) O fim/revisão do estatuto de bolseiro. Um investigador pode ser bolseiro toda a vida sem nunca estar ao abrigo da lei do trabalhador com todos os deveres e regalias que lhe estão associados. Sendo profissionais de ciência é essencial que sejam tratados como tal porque esta é também uma forma de precariedade de jovens super qualificados.

  22. Hd3dAWE diz:

    à atenção do pessoal à rasca …

    …da próxima vez que se lembrarem de fazer uma manifestação, façam isso na assembléia da república quando os políticos estiverem lá todos juntos…

    … é bem capaz de ter melhores efeitos!

  23. Miguel Mica diz:

    A minha opinião é imparcial e bem diferente das da maioria. Espero que não a censurem!
    Antes de mais, importa aqui fazer uma avaliação rigorosa e séria deste acontecimento:

    Ponto 1.
    Esta geração de jovens está à rasca para tudo, menos para comprar bilhetes de concertos de musica caros, telemóveis caros, discotecas e saídas à noite caras, consolas e televisores LCD importados e caros, etc…E depois dizem que são os livros que são caros!

    Ponto 2.
    Esta geração de jovens não é altamente qualificada tal como apregoam. Está certo que são a geração mais qualificada de sempre em Portugal, mas longe do “altamente qualificados”. A maioria do jovens que tira cursos superiores, fá-lo por motivos vários que divergem da sua motivação ou apetência para determinada faculdade. Os motivos que os levam a apostar no ensino superior são incompreensivelmente patéticos para quem já teria idade para pensar pela própria cabeça e efectuar escolhas conscientes e acertadas, em vez de passearem os livros e procurarem encontros sociais. Daqueles que ao fim de uns anos conseguem concluir o curso, muitos saem mal formados e mal preparados, diria mesmo até, a saber pouco ou nada. Uma boa parte, nem escrever português sabe, mas quando procura emprego, faz exigências disparatadas. Talvez pensem que um canudo de Administração lhes permite gerir uma empresa à saída da queima das fitas.

    Ponto 3.
    A educação cívica e a formação de base de muitos desses jovens não lhes permite ter consciência de quando e porquê, fazerem as tais manifestações de descontentamento. Muitos nem sequer sabem falar ou interpretar um texto mais complexo para poderem por sua cabeça actuar em conformidade. Acabam portanto a proceder como “carneirinhos” e seguir as motivações de alguns a quem não é possível assegurar a seriedade e imparcialidade, seguindo-os numa lógica de festival e encenação lúdica.

    Ponto 4.
    Dos poucos jovens que felizmente têm bom aproveitamento, muitos acabam por ser prejudicados pela falta de credibilidade que estas gerações mais novas têm perante a sociedade e as demais instituições. As pessoas fazem um julgamento em linha recta baseados numa maioria que pouco ou nada têm para oferecer ao país, e eliminam muitas vezes as oportunidades dos poucos que mereciam mostrar o que valem. É portanto de uma enorme hipocrisia, fazer-se uma manifestação para lutar por uma vida melhor, para uma geração que na minha opinião se não está perdida, já deu prejuízo. É imperioso pensar na educação que muitos pais dão (ou não dão) os filhos. Antes da escola, é necessário todo um trabalho em casa e em família, afim de serem transmitidos os valores de uma educação de berço. Esta geração, cresceu convicta que a vida ser-lhes-ia facilitada em todos os aspectos e incapazes de compreenderem o quão errados cresceram, viram o futuro a fugir-lhes das mãos e agora culpam o Governo. É com tristeza que digo que pertenço a uma geração destas que não foi desenhada para o esforço e para o mérito e que sonha descontroladamente com um modelo de vida oportunista e egoísta, sem valores e espírito construtivo.

    Ponto 5.
    Não sou de nenhum partido político ou associação que se assemelhe, penso pela minha cabeça e tenho uma opinião própria, baseada naquilo que presencio no dia-a-dia e nas mais variadíssimas situações do quotidiano. Confesso que apesar de não concordar com esta manifestação, pelos motivos que já referi, é importante romper com este cenário politico, altamente corrupto e destrutivo.

    Obrigado

    • O grave problema amigo é que pais investiram a sua vida pessoal e profissional nos filhos. A Europa e os Governos mentiram-lhes a esses pais. Depois de algum incentivo ao mérito que aqui diz, seguiu-se uma normalização europeia dos cursos, o processo Bolonha. E agora, a culpa é dos jovens ou de quem não diz a verdade? Depois temos empresários com menos estudos que os seus operários/trabalhadores (mais jovens). A culpa é dos jovens? E o arrendamento? Há realmente incentivos aos arrendamento? Agora também os pais estão a passar a precários. A sociedade é que tem que escolher a via: com soluções e não vexar os jovens ou os mais novos.

      • Regime à Rasca diz:

        Incentivos ao arrendamento? Se com isso pretende dizer mais um subsídio ao arrendamento para os jovens, deveria antes de mais pensar que o subsídio vai para os senhorios directamente, impossibilitando que as “leis de mercado” se façam sentir, ou seja os senhorios continuam a receber rendas exorbitantes porque os mais novos são subsidiados, logo se tal não acontecer os senhorios ver-se-ão obrigados a baixar as rendas, porque a procura não pode pagar.

    • Bruno diz:

      Miguel Mica,

      Compreendo os pontos que enumera mas atrevo-me a pedir-lhe que reflicta sobre o seguinte:

      Já lhe ocorreu que esta manifestação foi também um sinal de emancipação da geração que você critica?

      Infelizmente os nossos orgãos de comunicação social pecam pela falta de rigor e infelizmente também os comentadores que dão a cara na televisão, para além de serem sempre os mesmos, a pouco trabalho se dão no que toca a fazer uma investigação séria e minimamente profunda dos assuntos que comentam. A maioria daquela malta vai para ali dizer umas larachas, recebem os seus trocos por esse tempo e está-se pouco borrifando para o resto. A única coisa em que estão verdadeiramente interessados é no seu próprio ego. Isto não significa que absolutamente todos sejam assim. O mesmo se passa em relação à juventude que você critica. Posso dizer-lhe por experiência própria uma vez que com 37 anos de idade eu sou um dos “rascas” originais. Digo-lhe também que não tenho playstation, não uso o facebook, tenho um curso superior na área de artes e quase sempre trabalhei ou na minha área de formação ou em áreas afins desde que concluí o meu curso. Já tive todo o tipo de contratos de trabalho, trabalhei a recibos verdes e neste momento trabalho a recibos verdes mas em grande parte por opção sendo esta uma situação muito compatível com a minha personalidade independente. Considero os livros caros para o rendimento que consigo auferir mas não foi por isso que deixei de os ler. No meu tempo havia a PGA e nas duas chamadas dessas provas tive 92% e 97%. Por isso presumo que sei ler e escrever.

      Publico estes dados para que perceba um pouco quem sou. Escrevo o que vem a seguir para lhe dizer porque não me revejo naquilo que escreve sobre a minha geração.

      Nunca esperei nada do Estado que temos nem espero. Não me revejo minimamente na palhaçada política. Mas também não esperava, para ser franco, que com a grande fatia que o Estado suga do meu rendimento através de impostos directos e indirectos destruísse o aparelho produtivo do País onde vivo, criasse dezenas ou centenas de cursos superiores que não têm quaisquer aplicações práticas na economia que temos – omitindo este facto aos estudantes -, esbanjasse milhões de euros em mordomias para a classe política, e tomasse sistematicamente más decisões para o meu povo.

      Não me parece, como você diz, que esta geração – quer a minha, quer as seguintes – tenha crescido achando que iria ter tudo. Se esta/(s) geração/(ções) é/(são) responsável/(veis) por algo é pela sua ingenuidade. E acredite que a responsabilidade nesse ponto não é toda dos jovens. É que sabe, estes jovens têm sido em grande parte vítimas dos poderes políticos, mas também jornalísticos e económicos que têm feito vénias a um capitalismo selvagem e globalizante que domina actualmente o mundo. Ofende-me que diga que foi hipócrita esta manifestação. Hipócrita é não reconhecer que as sociedades em que vivemos são tudo menos civilizadas, tudo menos solidárias e tudo menos justas. Se muitos culpam o Governo é porque muitos acreditaram nele e na sua propaganda. Muitos tiveram a ingenuidade de acreditar que os Governos eram funcionários da população e não o contrário. Acha que foram os jovens que se manifestaram que destruíram o tecido produtivo do país nos últimos 30 anos? Acha que são eles que lucram com a venda de Playstations e iPhones? Acha que são eles os responsáveis pelo estado burocrata e tecnocrata do ensino em Portugal? As gerações educam-se umas às outras e, acredite, não foram os jovens os que lucraram com a criação de uma massa submissa e consumista de pessoas.

      Eu pessoalmente tenho muito orgulho nos jovens – mais jovens ainda que eu – que iniciaram esta manifestação. E orgulho-me porque o facto de ter havido uma manifestação demonstra precisamente o contrário da maioria dos seus pontos. As pessoas, aliás nem todas tão jovens, que se manifestaram não o fizeram para ter um emprego. Fizeram-no para demonstrar publicamente à sociedade que estão fartas. Estão fartas de serem subestimadas, estão fartas precisamente da falta de honestidade, da falta de meritocracia e da falta de oportunidades. Estão fartas de promessas em agendas eleitorais.

      Muita gente se tem queixado em Portugal, nos últimos anos, de que há um cheiro a podre no ar. O País tem mau ambiente. Mas poucos ou ninguém o tem feito inserido num movimento colectivo e com visibilidade pública. A manifestação de dia 12 serviu para isso. Serviu para mostrar que as pessoas têm iniciativa, que têm ideias e que são capazes de se mobilizar em prol dessas ideias. Serviu para mostrar que há um número bastante grande de pessoas que não está a ver as suas aspirações concretizadas no estado actual das coisas. Serviu para mostrar que o País não está afinal tão anestesiado como parecia.

      Eu participei na manifestação e não me considero um carneiro como você diz. Não sonho com uma vida egoísta e oportunista como você diz. Sempre fui um defensor do mérito e do esforço. Participei na manifestação precisamente porque lhe reconheci valor e espírito construtivo. Participei porque me identifiquei com ela mesmo que tenha sido organizada por uma geração um pouco mais jovem que a minha. E a diversidade de pessoas que estiveram presentes bem como o facto de a manifestação ter sido absolutamente pacífica demonstra precisamente que esta foi uma manifestação por ideais e por ideias. Uma manifestação por valores. Se foi feita com uma lógica “festivaleira” como você diz isso só mostra o carácter optimista e positivo da mesma. De fado estamos nós fartos e o importante aqui não é a forma mas o conteúdo.

      Claro que quando há manifestações há sempre alguma confusão e cada um vai lá pelas suas razões. E que mal é que isso tem? Ficou plenamente demonstrado pela forma como as coisas correram que um número de pessoas significativo se consegue agrupar e manifestar por um ideal comum. Neste caso para dizer não apenas aos políticos mas talvez até mais à sociedade civil que há uma percentagem significativa que está descontente. E tem boas razões para isso. O facto de esta percentagem se ter mobilizado sem agendas políticas, quanto a mim, só me transmite esperança num futuro melhor. Um futuro construído no presente também por nós e não apenas pelos que actualmente têm visibilidade na comunicação social.

      Espero sinceramente que o meu testemunho possa de alguma forma contribuir para que você que leu até aqui, seja o Miguel ou outro, tenha ainda alguma fé numa geração que não está perdida. Está a encontrar-se.

      • Tiago Malato diz:

        Obrigado Bruno pelas tuas palavras. sinto-me completamente na tua opinião. quero acreditar que se assista a uma maior e necessária organização cívica. Não apenas na contestação ou em dia de eleições, mas em continuidade. No bairro, na vila. Nas associações, nas assembleias, na rua. Sem vaidades, preguiças ou falsos protagonismos. Com sentido de partilha e missão genuína.”Não importa o que fizeram de nós .Importa o que fazemos com o que fizeram de nós”. Alguém disse.Temos sempre o tempo todo pela frente. Acredito que algo de novo se passa. Vamos a isto.
        mais uma vez obrigado.

      • abilio guimaraes diz:

        Tb eu tenho orgulho nesta juventude, um orgulho do tamanho do mundo pelo que fizeram e pelas perspectivas do que vão fazer.

    • Caracacá diz:

      Não te conformes com o preconceito e as generalizações. Há muito boa gente que não esbanja dinheiro em futilidades e te vai fazer o favor de mudar o país enquanto apregoas escárnio e desdém.

      • Miguel Mica diz:

        Caracacá…

        Se consideras isso, então cá estaremos daqui a mais 30 anos para ver o que é feito desta geração e acima de tudo o que ela fez por ti. Sim por ti, porque eu tenho a minha vida muito bem encaminhada, não preciso do apoio de ninguém. Cuidem-se.

    • Maria Rosa diz:

      Caro Miguel Mica,
      É com satisfação que assisto à ausência de censura neste espaço. De modo nenhum deves calar o que pensas. Quanto à imparcialidade, não sei a que te referes. Mesmo que as tuas palavras não obedeçam a ideais partidários – como dizes – é muito difícil ser imparcial, todos somos fruto de vivências e aprendizagens (passo o pleonasmo). Por exemplo, a política é, na sua essência, a sociedade em que vives. Ser imparcial é não ter opinião. E tu tem-la, bem clara.
      Uma avaliação séria e rigorosa do que quer que seja exige não só essa imparcialidade que tu não tens (atenção, eu também não a tenho; o que acontece é que não me declaro imparcial), mas também a recolha de muitos dados. Nestes processos, o observador não se restringe ao seu habitual campo de visão e dedica-se a conhecer, como se invisível fosse, os espaços nos quais se desenvolve potencialmente a acção que quer investigar.
      Apesar disto, gostei de conhecer a tua opinião. Mais ainda, gostei de saber que existe gente como o Bruno, capaz de te revelar que há realidades que desconheces. Ambos me permitem opinar sobre os pontos, que muito bem definiste, do lado de cá da minha parcialidade:
      1. Concerteza existem também os jovens que descreves, mas na tua apreciação denoto certa incongruência: não devem gostar muito de ler, não lhes sobraría tempo, entre tanto ócio digital. De modo que duvido que sejam esses os que se queixam do preço dos livros. Não misturemos realidades. Duvido até que os jovens de que falas saíam para a rua a protestar, estarão ocupados em convencer os pais a subir-lhes as mesadas. Eu reivindico o direito a assistir a concertos de boa música acessível à minha carteira, de preferência que se celebrem na rua, o direito a ir a pé para o trabalho, a ter tempo para brincar com os filhos que não posso ter…
      2. É certo que muitos fizemos escolhas “desacertadas”. Eu escolhi estudar Biologia, de acordo com as minhas apetências e capacidades, e mesmo não tendo sido capaz de delinear um percurso profissional que me permita seguir exercendo o que gosto, sei que estou altamente qualificada para o fazer se surgirem oportunidades nesse sentido. As que até agora surgiram e as quais desempenhei com tenacidade jamais me garantiram um trabalho estável. De modo que escolhi outro rumo, mas não desprezo nem uma migalha do muito que aprendi na Universidade, a nível académico, profissional e, sobretudo, social. Vê lá tu que agora, emigrada, consegui um trabalho, que pode vir a ser estável, na Administração, para o qual concorri noutro idioma. E dedico-me a escrever uma tese de doutoramento em Ecologia depois de uma jornada de trabalho, em três idiomas diferentes. Os portugueses somos, sim, gente qualificada, trabalhadora, capaz.
      O teu Ponto 3, reescreve-lo-ía desta forma: “A educação cívica e a formação de base de muitos adultos não lhes permite ter consciência de quando e porquê, os jovens se dedicam a fazer as tais manifestações de descontentamento. Muitos nem sequer sabem falar ou interpretar um texto mais complexo para poderem por sua cabeça actuar em conformidade. Acabam portanto a proceder como “carneirinhos” e a dar os conselhos de alguns a quem não é possível assegurar seriedade e imparcialidade, seguindo-os numa lógica de conservadorismo, tediosa e sem qualquer humor”. Já agora, que me dizes do analfabetismo a que se votou Portugal durante o Salazarismo?
      4. Pois, desconheço as tuas vivências. As minhas e as de muitos são bem distintas. Sempre conhecemos o esforço, sempre soubemos que esticar o ordenado até ao fim do mês não é tarefa fácil, sempre nos ensinaram, acima de tudo, a procurar um trabalho digno e um salário suficiente para viver com dignidade. A única “benesse” que conhecemos foi ter-nos sido dada, a certa altura, a oportunidade de ter acesso a um curso superior, coisa que até então estava reservada à classe média/alta. O mérito assegurado, esse…continua a estar reservado para os mesmos de sempre. Mesmo assim, conheço casos de sucesso conseguido com muito súor e pestanas queimadas. E infelizmente, muitos mais casos de maior esforço sem êxito à vista. Nunca fácil. E é uma pena que não os conheças e os insultes.
      5. Discordo no que refere às tais variadíssimas situações do quotidiano. Ao Bruno, a mim, e a tantos outros como nós, está visto que nos desconheces. Quanto à tua opinião própria, é isso mesmo, sobretudo própria pela individualidade que encerra, e, como tal, nada contributiva ao rompimento do cenário actual. Diria mesmo que o que dizes pensar da geração jovem se assemelha perigosamente à daqueles que nos apelidaram de “rasca”…
      …por isso, evidentemente, não te agradeço.

      • Miguel Mica diz:

        Cara Maria,

        Também tenho muita admiração e consideração pela sua opinião. Principalmente da parte em que me diz que foi necessário recorrer ao estrangeiro para realizar algumas das suas competências académicas. Para terminar, apenas resta-me apenas atestar a minha felicidade em saber que um dia, não tão longínquo como sugere, e graças a esta geração de jovens altamente qualificados, poderá mostrar em território nacional as suas capacidades agora profissionais. Peço imensa desculpa por ter deixado uma pedra no seu sapato e nos de tantos outros, mas faz parte da pluralidade que tanto apregoa.

    • Maria Rosa diz:

      Caro Miguel,
      Desfazendo equívocos, não tenho admiração pela tua opinião, aceito que existe e, como tal, é digna de ser expressa (dentro de limites constitucionais, entenda-se…) e debatida. Se a tua opinião não fosse tão interessante (digo-o com absoluta sinceridade), ninguém te teria respondido.
      Gostaria que não representasses uma pedra no nosso sapato, como dizes. Se te referes à tua vida bem encaminhada, desengana-te, não nos incomodam os casos bem sucedidos, sempre e quando forem conseguidos com justiça. Se te referes à tua insistência em negar que existimos, e a algum escárnio que pressinto nas tuas palavras, então estás a travar as nossas reivindicações e admito, és um incómodo. Mas isso, a ser certo, já não surpreende, embora entristeça qualquer um que ao gritar por justiça para todos é (metaforicamente) mandado calar por um companheiro.
      Posto isto, o incómodo referido pode representar um aliciante. Resistimos (“é já vencer”, sabes…), escolhemos ser um colectivo, as tuas palavras fazem-nos fortes. Venha de lá esse pedregulho! E tu, que negas a necessidade de apoio social (realmente pensas que traçaste a tua trajectória sózinho?), poderás aproveitar, se quiseres, os logros que alcançarmos para todos.
      No fundo, talvez sejas tu quem espera algo da tua geração. Que nos calemos, para começar. Isto desperta em mim grande curiosidade: não estando disposto a contribuir, coisa a que ninguém te obriga, a que vem tanto empenho em denegrir-nos? Não sendo um jovem à rasca (está visto; bem haja para ti), porque te incomoda que existamos e nos mobilizemos? Representamos algum perigo para o teu estado de bem-estar? Pensas que somos todos uma fotocópia das mesmas oportunidades? E porquê esperar 30 anos para ver o que acontece? Vais ficar em silêncio, a observar, tanto tempo? Serás capaz de reconhecer eventuais êxitos desta mobilização? Ou estarás apenas pronto a apontar o dedo quando as coisas correrem mal?
      De modo que em breve regressarei a Portugal e poderei mostrar em território nacional as minhas capacidades “agora” profissionais…pelos vistos também construíste um protótipo do jovem emigrante e sabes tudo sobre mim. Não fazes perguntas, lanças certezas. Não fazes a mínima ideia…quando poderias considerar milhares! Porque somos muitos, activos partícipes da nossa imensa pluralidade, sim. E tu, és realmente jovem? De que tens medo, afinal?

    • abilio guimaraes diz:

      Ponto 7 este movimento vai muito mais além do que os jovens mas foram eles que tiveram o condão de fazer despertar as mentes estes jovens são como os outros, com seus defeitos e virtudes mas têm algo que outros não tiveram ao longo de décadas CORAGEM ——E A ELES DIGO RECONHECIDAMENTE OBRIGADO…

  24. Manuel Ferreira diz:

    Dia fantástico o de ontem. Agora não podemos cruzar os braços. É preciso continuar a luta. Os mais jovens devem infiltrar-se nos sindicatos, nas associações, nos foruns…em tudo onde possam influenciar a mudança deste país. Também deviam reflectir sobre a necessidade ou vantagem de dar organização a este força. Os que não se reconhecem nos partidos e associações existentes devem formar outros. Não concordo com o apoio negociado a partidos do poder que conduziram o país ao charco em que se encontra.
    Os mais idosos devem reflectir como foi possível chegar aqui. Quem traíu quem? Foi assim em todas as revoluções. Na Maria da Fonte, nas Patuleias, em 1820, 1910 e 1974. Há culpados por isso. Vamos dar o nome aos bois e informar os jovens, para não caírem no mesmo logro em que nós caímos. Ninguém esqueça que os traidores da Revolução de 1974 ainda estão entre nós e chamam-se: Mário Soares e o seu PS, Cavaco Silva e o seu PS(D), Paulo Portas e o seu CDS!

  25. aburmester diz:

    A geração que hoje terá entre os setenta e sessenta nasceu em plena II Grande Guerra, teve de crescer com as senhas de racionamento, poucos alcançaram a 4ª classe, foi convocada para uma guerra colonial, e hoje vive de reformas mínimas e à rasca. Na geração dos cinquenta, poucos fizeram o 7º Ano, alguns também levaram com a Guerra Colonial e o serviço militar obrigatório, passaram pelo 25 de Abril com os anos de crise que se seguiram e que incluíram o FMI, muitos estão hoje sem trabalho e sem reforma com os filhos em casa e vêem-se à rasca. Na geração dos quarenta, poucos não completaram o 12ª ano, mas tiveram trabalho e tiveram o usufruto dos direitos conquistados pelas gerações anteriores, lixaram-se para a Política, não votaram, nada conquistaram e enfrentam hoje à rasca as dificuldades. Esta nova geração nasceu com mimo e se formou com as facilidades de um ensino que os levou ao colo, se começam a trabalhar pouco ganham e com pouco se desmotivam. Se não arranjam trabalho levam com a Tv cabo, o futebol e a Playstation, mas sem trabalho e sem motivação também ficam à rasca. Conclusão: estamos todos à rasca.

    É bom de ver que finalmente estas últimas gerações tiveram uma atitude política, saíram à rua silenciosamente e vieram manifestar a sua discordância com o actual estado das coisas. Deve-se exigir mudanças de atitude e de organização do Estado, mas de nada vale reclamar deste governo ou de outro qualquer, como “Direitos” e “Obrigações”, porque pouco ou nada sobra para distribuir e os que existem tendem a diminuir. A única coisa que vale é mudar e esta mudança não será só nossa, terá de ser global. É o sistema que está falido e não só economicamente mas principalmente de conceito. Não há mais ideologias, não há direitas e esquerdas, não há liberais ou tecnocratas e não há crenças. O pior mesmo é que o conceito também está falido. Estas últimas gerações não tem uma visão conceptual nem política nem social.

    A velha Europa já não sabe o que fazer e tem de mudar. Penso que o que vem por aí nos próximos tempos será uma espécie de Idade Média. Vivam as Catedrais.

  26. Phil diz:

    Será importante manter este projecto vivo e sobretudo, dar-lhe o máximo de credibilidade. No Twitter, senti que o maior do problema deste protesto, foi ter-se colocado à questão da Geração à Rasca, quando nós sabemos que o problema de Portugal é transversal a todas as gerações e isso ficou bem demonstrado ontem, quando se verificou a presença de diferentes gerações em todos os protestos, nas diversas cidades portuguesas. Mas há ainda quem não compreenda isso.

    Este movimento precisa de mostrar acção concreta e objectiva para conseguir a sua legitimidade e credibilidade.

    Eu simpatizei com o movimento e marquei presença pela primeira vez numa manifestação, mas ficarei muito desiludido se o dia de ontem não resultar numa acção concreta para mudar o estado a que este país chegou.

    Pela minha parte, têm o meu apoio.

    • Maria Rosa diz:

      Caro Phil:

      Não foi o protesto que se “colocou à questão” da Geração à Rasca, foi antes uma geração que lançou publicamente o protesto. Acções tão concretas quanto estas por parte de um POVO, sem convocatórias políticas ou militares, são difíceis de alcançar. Em Portugal, desde logo, inéditas desde que vim ao mundo. “Apenas” por isso, esta página carece de alogios, de agradecimento. Os organizadores mostraram-nos uma massa de gente mobilizada. Mais concreto que isto?
      Certamente o teu comentário vem carregado das melhores intenções, mas pode ser confundido com medo ao fracasso, com previsões de expectativas incumpridas. E isso pode derrotar um sentimento muito válido que é o acreditar em mudanças. Deixamos de acreditar, perdemos capacidade de luta, ou como dizes, de concretizar seja o que fôr. O que aconteceu é já uma grande vitória, que saberemos aproveitar, sempre, os que acreditamos que o Estado somos todos e que todos fazemos o País. O 25 de Abril de 1974 sempre me fez lutar pelos meus direitos, jamais o esqueci. O 12 de Março de 2011 renovou a minha confiança como portuguesa. Mais ainda, na geração a que pertenço e da qual me orgulho! MUITO! Outros se juntaram ao protesto? Pois bem-vindos sejam!
      O que se pretende agora? Uma resposta imediata do Governo? Não sejamos ingénuos, nem sequer se deu destaque à manifestação (falo de verdadeiro destaque, não de pequenos resumos em rodapé) nos principais diários portugueses! (Sim, sim, mesmo tendo havido um sismo no Japão, de dimensões extraordinárias, considero que o que aconteceu no nosso país é igualmente extraordinário, sem desrespeitar nenhuma vítima). Aconetece que estas coisas não interessam mesmo nada a quem governa. E atrevo-me a dizer que até assustam a oposição, por não terem sido quem lançou o movimento. A mudança será lenta, e dura, e não basta garantir apoio aos que se lançaram para a frente. Não digamos “E agora quê?”, deixando aos outros a responsabilidade da mudança. Sintamos vergonha por não nos mexermos como eles, e calemos inseguranças. Quando abramos a boca, seja para construir algo com todos. Porque como se dizia há anos, com muita razão, “cuidado com a reacção”. Mete-se dentro de nós sem que demos por isso, sequer.
      Olha, envio-te um poema:

      Força Phil, não esmoreças!

  27. Nuno diz:

    Antes de mais parabéns pelo fantástico dia de ontem.

    Como não tenho facebook, contribuo aqui:

    1- Penso que a continuação do movimento criado não deveria passar (pelo menos para já) pela marcação de novas manifestações. Uma manifestação na rua serve fundamentalmente como demonstração de força e da dimensão do protesto, e isso ficou claro ontem (as maiores manifestações desde o PREC). Novas manifestações correriam o risco de serem menores e isso só enfraqueceria a imagem que passámos ontem.

    2- Os descontentamentos são múltiplos e, de um modo geral, correspondem a situações de grande complexidade sobre as quais haverá diferentes pontos de vista. Pensar que é possível retirar deste protesto meia dúzia de medidas a implementar é ilusório. Será necessário muito debate em múltiplas plataformas.

    3- A esperança que me ficou de ontem (e que confunde muitos comentadores políticos) é que é possível debater determinados assuntos (que se devem delimitar à partida) e chegar a consensos (ou pelo menos à compreensão da opinião do outro) entre pessoas de diferentes quadrantes políticos. É possível debater os nossos problemas fora das plataformas institucionalizadas, fora dos partidos e dos sindicatos.

    4- Se este debate é o objectivo, acho que seria interessante organizarem-se sessões plenárias de debate temáticas (estou certo que os auditórios das universidades estarão à disposição). Provavelmente o objectivo destas sessões (tal como da leitura de todas as contribuições, via facebook ou pelas folhas A4 de ontem, que estou certo estar a ser feita pelos organizadores) não será chegar de imediato a uma moção que possa ser votada por todos… será necessária bastante discussão antes disso. Mas servirá para começar a perceber e agrupar problemas específicos (para que a solução para uns não esqueça muitos outros), começar a perceber linhas de rumo e de trabalho e a pensar como continuar com a luta.

    5- Aparentemente, as eleições estão à porta. Seja para colocar algum representante no parlamento, seja para obrigar alguns partidos a aceitar as reivindicações que possam resultar destes debates, as eleições estabelecem um calendário específico e criam o ambiente ideal para que possamos ser ouvidos.

    • Phil diz:

      Completamente de acordo. Assino por baixo.

    • Bruno diz:

      Saúdo a simplicidade e o pragmatismo dos seus pontos. Subscrevo e acrescentaria apenas:

      6 – Votem. Mesmo que seja branco. Votar em branco tem consequências diferentes do que não votar.

      • Nuno diz:

        Subscrevo. Aliás, tenho-o feito ultimamente.

        No entanto, pelo menos hoje, tenho alguma esperança que deste movimento possa vir a sair algo que me dê uma razão para não ter de votar, uma vez mais, em branco…

      • Regime à Rasca diz:

        Votem, mas votem nulo, porque branco nos tempos que correm corre o risco de passar a não ser branco no acto da contagem!

  28. José Quintas diz:

    Antes de mais, não ficará mal, espero, expressar a minha gratidão pela iniciativa que em boa hora levaram por diante, sem ceder às manobras oportunistas da gente “do costume”.

    Uma mera sugestão sobre a importância da música em eventos como os de ontem:
    Sem referir, porque já conhecido, o papel desempenhado pelas canções dos Deolinda e dos Homens da Luta na catalisação de vontades que levou às manifes de ontem, na Av. da Liberdade foi visível que as pessoas adjacentes à três ou quatro bandas de sopros e bombos dispersas entre o mar de gente expressavam mais efusivamente o seu protesto do que aquelas que desfilavam em segmentos da manif sem música por perto. Daí que talvez não fosse má ideia aumentar o número de bandas em acções do género, num futuro que muitos desejam próximo.

    Só como exemplo demonstrativo, experimente-se assistir a dois vídeos com imagens muito semelhantes sobre a invasão pacífica do parlamento estadual, no Wisconsin, há duas semanas. A um deles sobrepuseram música, ao outro não. Mesmo sentados atrás de um monitor, qual dos dois é susceptível de causar uma impressão mais forte, em qual subjaz um maior potencial de contágio?

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